Axial Buriti Lyrics

Trás noite, trás noite, o mundo perdeu suas paredes. Fere um grilo, serrazim. Silêncio. E os insetos são milhões.

O mato - vozinha mansa - aeiouava. Do outro mato, os respondidos. Um peixe espiririca. Um trapejo de remo. Um gemido de rã. O seriado túi-túi dos paturis e maçaricos, nos piris do alagoado.
Nunca há silêncio.

As ramas do mato, um vento, galho grande rangente. As árvores querem repetir o que de dia disseram as pessoas. Frulho de pássaro arrevoando - decerto temeu ser atacado.
No silêncio nunca há silêncio.

Se a__oviaram e insultaram os macacos, se abraçam com frio. Tiniram dentes. Reto voa o notibó, e pousa. O chororocar dos macucos, nas noites moitas, os nhambus que balbuciam tremulantes. Se a pausa é maior, as formigas picam folhas; e as formigas que moram em árvores.

Uma coruja miou, gosmenta. A coruja quer colóquio.
Sapos se jogam de sua velha pele. Esses são feiticeiros.

O vento muda é para se benzer em cruz.
Há um silêncio, mas que muitos roem, ele se desgasta pelas beiras, como laje de gelo.

Se o senhor quiser ouvir só o vento, só o vento, ouve.
Cada um escuta separado o que quer.

See also:

123
123.78
Andres Calamaro y Fito & Fitipaldis Me Equivocaria Otra Vez Lyrics
sexual democracia ella gana mas plata que y Lyrics